domingo, 30 de agosto de 2009

Não à HOMOFOBIA!


Texto produzido pela Sexóloga e amiga Zoelma Lima


Polêmico e desafiador. Esse é o sentimento que me invade desde que formatei os primeiros pensamentos à cerca do tema. Percebo altamente oportuno contribuir de forma reflexiva sobre essa questão tão séria e importante numa sociedade.
Homofobia significa (homo= igual, fobia=do Grego φόβος "medo"), é um termo utilizado para identificar o ódio, aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais e, consequentemente, a homossexualidade, que pode incluir formas sutis, silenciosas e insidiosas de preconceito e discriminação contra homossexuais (Wikipédia).
Esse termo é usado para descrever constantemente uma repulsa face às relações afetivas e sexuais entre pessoas do mesmo sexo, um ódio generalizado aos homossexuais e todos os aspectos do preconceito heterossexista e da discriminação anti-homossexual.
Primeiramente é preciso relembrar algo que, parece simples, mas não é: a terminologia. A Organização Mundial de Saúde excluiu o “homossexualismo” da lista de doenças em 1° de janeiro de 1993. Essa situação já fez mais de 15 anos e tem profissional que ainda não percebeu isso. Assim, houve uma mudança na nomenclatura. Você deve se lembrar das suas aulas de português no colégio, onde aprendeu que sufixos “ismo” denotam doenças. Portanto, o termo homosexuaLISMO está equivocado, ultrapassado e pejorativo. O correto é HomossexuaLIDADE. Isto é bastante relevante, especialmente para profissionais e estudantes, pois temos obrigação ética de usar as terminologias corretas.
Desde o sucesso do filme “O Segredo de Brokeback Mountain” que recebi e-mails, scraps (Orkut), mensagens, pedindo um artigo sobre a homossexualidade. Sugestões inúmeras para ministrar palestras educativas nas escolas e para a sociedade em geral. O fiz, recentemente o Conselho Regional de Psicologia (CRP) e o Ministério Público Estadual (MPE) organizaram o “Fórum Psicologia: Compromisso Social e Ético à Diversidade Sexual”. O Objetivo foi marcar a passagem dos 10 anos da resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia que dispõe sobre a diversidade sexual. Participaram o rico debate, o Psicólogo Félix Vilanova (Presidente do CRP), o Promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa, que coordena o Núcleo de Direitos Humanos do MPE, a Socióloga Clarice Novais da Mota (Prfª UFAL), o Psiquiatra Emanuel Rodrigues (Profº CESMAC),a jornalista Élida Miranda, eu como Sexóloga e Psicóloga e o Secretário Geral do Grupo Gay de Alagoas Igor Nascimento(GGAL). Na ocasião cada profissional em seu contexto respondeu aos inúmeros questionamentos do público presente. Foi um encontro maravilhoso, enriquecedor. Pergunto-me por que a imprensa não compareceu? Por que o povo alagoano não foi devidamente informado? Parecia evento direcionado, e não foi. Algo de tamanha importância para a qualidade de vida de uma sociedade, por quê? por quê? por quê?...
Fiz questão de levar minha família para o evento, filhos e meu marido principalmente, pois são os que estão em meu dia a dia e apoiando-me em tudo. Vejo a família como alicerce da sociedade, um bem valiosíssimo, independente de como seja formada a atual família, estou falando de pessoas que convivem dentro de um mesmo contexto, com valores morais e éticos idênticos, com regras, imaginação e criatividade, metas, objetivos traçados, respeito, cumplicidade e sonhos. Não podemos deixar esses valores morrerem jamais.... por mais difícil que pareçam na atualidade. É na família que apreendemos os primeiros exemplos de limites, amor e afetos.
Precisamos ensinar aos nossos filhos a respeitarem, para serem respeitados, precisamos prepará-los para a ética e a cidadania, por mais que “alguns” insistam em dar mau exemplo. A família educa e a escola orienta. A escola é um lugar privilegiado para promover a cultura do respeito às diferenças, à diversidade e da inclusão social, rumo a uma verdadeira democracia para que todas as pessoas possam viver com dignidade e sem discriminação.
Por que escolhi esse tema instigante? Por favor, em momento algum desejo concorrer com a educação doméstica, as crenças religiosas e sócio-culturais de cada um, não seria eu Zoelma Lima, que presa pela ética, o respeito a si mesmo e ao outro.Também tenho uma família e uma religião, vivo em sociedade e respeito suas regras. Mas não suporto injustiça e falta de bom senso. Essa é a “minha“ realidade. Hoje sou considerada formadora de opinião, isso não me envaidece, mas enche minha alma de gratidão. Me dá ainda mais senso de responsabilidade e humanidade.
Homossexualidade não é opção! É uma orientação da sexualidade!
Você sabia que o padrão básico de formação do corpo e do cérebro do feto da espécie humana é feminino? São os hormônios em ação. Disso resultam algumas características femininas SEM função encontradas nos homens - mamilos, por exemplo. Eles têm também glândulas mamárias que não entram em funcionamento.
“Entre 6 e 8 semanas depois da concepção, o feto do sexo masculino(XY) recebe uma dose maciça de hormônios chamados androgênios que, primeiro formam os testículos e, num segundo momento alteram o cérebro de um formato feminino para uma configuração masculina. Quando esse feto não recebe na época certa a quantidade de hormônios, duas situações podem vir a acontecer. Primeiro, nascer um menino com cérebro estruturalmente mais feminino que masculino, e que provavelmente se descobrirá gay na adolescência. Segundo, um bebê do sexo masculino, com os genitais correspondentes e o funcionamento do cérebro inteiramente feminino. – um transexual. Biologicamente tem um sexo, mas sabe que pertence a outro”. (Geneticista Anne Moir)
Essa cientista apareceu na rede de televisão britânica em 1991 e afirmou o que muitos já sabiam, mas não tinham coragem de externar. A homossexualidade é genética, não depende de escolha.
Citei o filme acima porque nos passa uma mensagem clara e emocionada do sentimento de quem vive esse dilema. Vimos claramente que o sofrimento psíquico existente não estava na orientação sexual inconsciente, mas sim, nas conseqüências que o preconceito trás para a vida dessas pessoas. Ou seja, o que “faz mal” aos homossexuais não é sua orientação, e sim, aquele que é preconceituoso. É uma questão social que trás impactos negativos ao psiquismo humano. Precisamos refletir sobre essas questões e contribuir com civilidade, com humanidade, pois são seres humanos como qualquer outro, que sente, que pensa, que vive em sociedade pagando seus impostos, nada mais justo serem tratados com respeito.
Quem tem um amigo ou amiga homossexual, sabe o quanto sua energia é contagiante, e quanto sua sensibilidade e perspicácia são destacadas.
Se você quer tornar a sociedade um local mais tranqüilo de se viver, mais harmonioso para seus filhos, amigos e parentes, reflita sobre a SUA contribuição no sofrimento psíquico destes MILHÕES de brasileiros.
Querido internauta, o que precisamos é de uma mudança de opinião, uma sociedade formada por indivíduos saudáveis mentalmente, isentos de preconceitos, de crimes, livres para expressar suas opiniões e serem respeitados por suas escolhas. E essas mudanças são feitas de dentro para fora, dentro dos lares, do esteio da sociedade que á família e no conviveu escolar.
Faça essa pergunta a você mesmo(a) e ouça seu coração!
SE VOCÊ É UM HOMEM... VOCÊ SABE POR QUE GOSTA DE MULHER?
SE VOCÊ É UMA MULHER... VOCÊ SABE POR QUE GOSTA DE HOMEM?
Vamos ser sinceros! Simplesmente gostamos... gostamos da voz, do jeito, da pegada, do cheiro, do olhar e tantas outras coisas que nos atrai no sexo oposto, quando somos heterossexuais.
Os homossexuais também! Eles não sabem por que gostam do mesmo sexo... Simplesmente gostam.
E o que nos custa procurar entender e dar a essas pessoas as mesmas chances de serem felizes???

Zoelma Lima
Sexóloga.

  • Não bastassem os aspectos psicológicos muito bem explicados pela Zoelma em seu texto, há o aspecto legal
  • HOMOFOBIA É CRIME!
  • PRECONCEITO É CRIME!

Um alerta a pais, educadores e cidadãos em geral, “a homofobia é crime” e no Brasil, não faltam leis para punir os preconceituosos pelos danos morais e psicológicos causados, vejam algumas delas:
• A Constituição Federal do Brasil de 1988 tem como um dos seus objetivos fundamentais, lutar contra todas as formas de preconceitos, dos Objetivos Fundamentais...


Art. 3º - Inciso IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...

PORTANTO, COMBATAM E DENUNCIEM COMPORTAMENTO HOMOFÓBICO!
Ser " cabra macho", como dizem alguns, é respeitar a decisão e escolha do seu semelhante!
Ser "cabra macho" é conviver com a homossexualidade do outro sem interferir e nem se sentir ferido com isso.



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